sábado, 13 de fevereiro de 2010

Calendário

Metade da temporada brasileira já se foi. Já fizemos cinco cruzeiros para Buenos Aires e temos mais cinco antes do navio fazer a travessia para a Europa. Eu ainda não sei se vou continuar no Magica, existe a possibilidade de remanejamento dos fotógrafos, afinal é uma equipe praticamente inteira só de brasileiros. Não acho que vai ser muito funcional na Europa. Eu gostaria muito mesmo de continuar, o itinerário é fantástico. Estou torcendo por isso. Por enquanto, os dias estão passando rápido para mim. Já me acostumei com os lugares. Buenos Aires e Punta já são parte da rotina e eu saio do navio já sabendo o que vou fazer. Em Buenos Aires, eu saio cedo pra comprar coisas na Florida, coisas do dia-a-dia como alfajor pra hora do break ou uma garrafa térmica pra poder fazer suco em pó. Depois, vou comer algo em algum lugar com internet wi-fi de graça pra poder ver emails e postar no blog. Às vezes, vou com alguém, mas geralmente vou sozinha. Lá pelas 15h eu volto pro navio e só trabalho às 19h. Em Punta, eu acordo cedo, pego o barquinho cheio de passageiros que sai no navio e deixa a gente no pier. Eu adoro, porque saindo do barquinho já estou na cidade, é só atravessar a rua e tem lojas, restaurantes, câmbio e internet wi-fi pra todo lado. Punta pra mim é uma Camboriu chique. É uma cidade de veraneio, com veleiros ancorados no pier, gaivotas voando, praia com faixa de areia larga cheia de guarda-sóis e turistas. A diferença é que é um lugar com pessoas mais velhas. Não tem som alto, não tem adolescente andando em grupo, não tem agito. É um lugar pra gente muito rica, uma coca e uma empanada custa 15 reais. A empanada é o equivalente uruguaio da nossa querida esfiha brasileira. Por isso, depois de pegar uma praia, eu como no Burguer King ou no McDonalds, já que é barato e eu adoro junkfood. Daí, mais um pouco de internet e volto pro navio logo depois de comer pra não pegar o barquinho lotado. São quinze minutos de barquinho e quando está lotado é um saco. Tem que ficar na fila e a gente corre o risco de chegar atrasado, tenho que estar dentro do navio até 15h30, é o horário limite pra tripulação, já que o navio parte às 17h. Todo mundo volta no último barquinho, mas como eu sou desesperada e odeio fazer as coisas com pressa, prefiro fazer desse jeito. Assim, ainda dá tempo de tomar um banho e tirar uma soneca antes de pegar pra trabalhar das 17h até meia-noite. Minha rotina é assim, a não ser nos dias navegação e de embarque de passageiros que eu trabalho de manhã e à noite. Porém, no navio nada é para sempre. Na Europa muda tudo outra vez. Por enquanto, é aproveitar a praia, os argentinos lindos, os overnights, os alfajores, as ofertas de casacos de couro, o sorvete Freddo, os cafés maravilhosos, as empanadas, os passeios pelas praças, a parrillada, o táxi barato, a internet wi-fi no meio da rua. Depois, novas paisagens me esperam.

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