quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tô dentro

Pois é, depois de tanto tempo sou tripulante do Costa Magica. Faz quatro dias que estou a bordo, mas parece que nasci dentro do navio. É a primeira vez que saio do navio. Por enquanto, só trabalhei! Não tenho idéia se a coisa vai melhorar ou piorar, mas o que sei é que estou gostando. Não dá pra descrever a sensação, é tudo novo, inclusive os sentimentos!
Agora, é pensar pra frente! É o começo de uma nova vida.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Explodindo as Estrelas do Céu

Tem uma música do Jesus and Mary Chain que diz: "Makes you wanna blow the stars from the sky". Eu sempre tive vontade de explodir as estrelas do céu, sempre quis sair para ver o mar, sempre olhei para montanhas altas com vontade de subir até o topo. Passei muito tempo da minha vida olhando o horizonte e sonhando em um dia ir mais longe. Chegou a hora.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fazendo as Malas

Carta de Embarque na mão, o lance agora é fazer as malas. Ainda bem que tenho pai e mãe pra cuidar das minhas coisas: minha casa, meu carro, minhas contas, meus investimentos e minha gata. No fim, como o contrato no navio é de oito meses, não estou indo embora. Vou, mas volto. Meu endereço não vai deixar de ser em Londrina. Só vou ficar um tempo fora. Por isso, a sensação não é de despedida, nem de coisa que acaba. Simplesmente, vou fazer um grande freela por uns tempos. Isso é muito bom.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nos finalmentes


Até que enfim tenho alguma imagem do que vai ser o meu futuro. Depois que fui demitida do meu último emprego, foram três anos de incertezas. Porque no fundo, eu não conseguia me ver como uma profissional autônoma, me sentia mesmo era desempregada. Por fim, graças a deus, consegui um emprego novo. Esse vai ser meu local de trabalho pelos próximos oito meses. Chato, né?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

2010 - O Ano do Tigre

Este é definitivamente um ano explosivo. Começa geralmente com um estrondo e acaba com um choramingo. Um ano dado para a guerra, o desacordo e desastres de todo os tipo. Mas será também um ano grande, de realce. Nada será feito numa escala pequena, ou tímida. Tudo, bom e mau, pode e será levado aos extremos. As fortunas podem ser feitas e perdidas. Se você tiver uma possibilidade poderá agarrá-la mas nunca esqueça que tem grandes obstáculos pela frente.
As pessoas farão coisas drásticas no mesmo momento. Os temperamentos subirão ao seu redor, será uma época de testar a sua diplomacia. Como o tigre, nós tenderemos a agir sem pensar e a terminar lamentando-nos pela pressa que tivemos.
As amizades, os riscos comuns e os negócios que requerem a confiança mútua e a cooperação feitas neste tempo são frágeis e serão quebrados facilmente. Entretanto, o ano forte e vigoroso do tigre pode também ser usado para injectar a vida e a vitalidade em causas perdidas, em riscos, em indústrias que se afundam, e/ou falhando. Será do mesmo modo um momento para a mudança maciça, para a introdução de ideias novas e marcantes, especialmente controversas.
O calor impetuoso do ano do tigre, apesar de seus aspectos negativos, devemos dizer que poderia ter um efeito de limpeza e purificação em todos nós. Tal como o calor intenso é necessário para extrair metais preciosos de seus minérios, assim também o ano do tigre pode trazer para fora o melhor que existe em nós.
Apenas um breve conselho para este ano imprevisível - agarre-se ao seu sentido de humor e deixe a má cara enterrada ou escondida durante este ano.
  • pois é, eu sou tigre no horóscopo chinês e ano que vem é o Ano do Tigre.
  • recebi minha data de embarque para o navio ontem e comecei a me preparar para o grande ano que vem por aí. 2010 vai ser um marco na minha vida.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Maldade

Depois de faltar no dentista e mentir que o meu carro quebrou sem nenhuma culpa, cometi outro ato de desobediência civil. Achei uma barata meio-morta na cozinha e não consegui vencer o medo de catar o corpo com o papel higiênico para jogar na privada. Então, sem pensar duas vezes, abri a porta do apartamento e varri a barata pro corredor. Tudo isso sem pensar em quem iria ter que pegar a barata depois. Pior: não tive nenhum remorso. É a maldade fazendo ninho na minha alma.

domingo, 15 de novembro de 2009

Falha na Conexão

Eram duas e meia da manhã e um temporal se formava no horizonte. Voltei do Valentino e fiquei na sacada do meu apartamento olhando os relâmpagos riscando o céu negro por cima dos prédios. Um pouco de solidão rodopiando junto com o vento. O cenário não era nada propício, mas fiquei pensando no amor. Perguntando pra mim mesma se um dia a gente se acostuma a não amar ninguém. Se alguém pode realmente viver sem amar, ou mesmo, sem sofrer por amar alguém. De repente, pensei numa nova definição: o amor não é um sentimento, é uma conexão. Se eu tento acessar a internet e a banda larga não está disponível, a conexão não existe. A mesma coisa quando eu ligo pra alguém e a pessoa não atende o telefone. O amor não é o sentimento que sinto por alguém, mas é a conexão que me liga a outra pessoa. Uma ligação que só existe entre duas partes. Não existe uma conexão entre uma coisa e nada. Portanto, não existe amor não correspondido. Quando eu quero uma pessoa e a outra pessoa não sabe que eu existo, isso é desejo. Não é amor. Pensar sob esse ponto de vista me faz perceber que eu não procuro alguém para amar. É um pouco mais complicado: eu procuro uma conexão. Para eu achar, vai depender da outra pessoa atender o telefone. Se ela não atender, o máximo que posso fazer é tentar mais tarde, torcendo para não dar ocupado. Ou então, tentar outro número.

sábado, 14 de novembro de 2009

Sexta-Feira 13

Plena Sexta-Feira 13 e eu assinando a papelada do divórcio na frente do juiz. Mais uma etapa da minha vida que chega definitivamente ao fim. Hoje, já não acho nada de mais ciclos que se completam. Porque sei que sempre haverá um novo começo e novamente um fim. É a vida. Adquiri tranquilidade para começar e também para terminar. Isso pode ser até um pouco perigoso, porque já não tenho medo de por fim nas coisas. Assim, é só me encher um pouco o saco e eu já deixo pra lá. Ando sem paciência de ficar insistindo, tentando consertar, fazer um remendo nas coisas que não funcionam. Já jogo no lixo logo de uma vez e compro outro. Será que isso é desapego? Ou é pura preguiça mesmo?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Falta Pouco

Tudo começou no final de julho. Já se vão quatro meses de entrevistas, cursos, treinamentos, idas e vindas de São Paulo e Santos. O processo de seleção pra embarcar no navio não foi nada fácil. Além da grana, lá se foi minha poupancinha... E ainda não acabou. Agora, é esperar a data de embarque. Tudo leva a crer que não vai demorar, mas ainda levo em conta a possibilidade de algo dar errado e eu demorar mais alguns meses para ir a bordo. Tomara que não. Espero passar a virada do ano a bordo de um navio atracado em Copacabana, vendo os fogos de artifício estourando no céu. Será um Reveillón pra nunca mais esquecer...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Borboleta Preta

Um dia, uma borboleta preta entrou pela janela da casa. Eu estava prestes a acabar com a vida dela com um vassoura, quando meu pai me impediu. Segundo ele, borboleta preta dá sorte e traz dinheiro. Alguns dias depois, meu pai recebeu uma indenização trabalhista que ele nem sabia que existia. Ontem, durante o costumeiro temporal londrinense da meia-noite, uma borboletona preta gigante adentrou o apê. Fiquei muito feliz, porque pelo tamanho da criatura, o dinheiro que iria vir daria bem pra pagar todas as contas e ainda pensar numa viagem de férias. Até fechei bem a janela pra bendita não escapar. Mas, a sorte deu azar. Na manhã seguinte, só vi uns pedaços de asa de borboleta espalhada pela casa. Minha gata comeu a borboleta e não sobrou nem uma anteninha pra contar história. Vou ter que achar outro jeito de ganhar dinheiro.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Saco Cheio

Estou de saco cheio. Tantos meses na pindaíba, sempre tentando me auto-animar. Lendo livro do Roberto Shinyashiki e repetindo o mantra: "Seja forte, tudo vai melhorar se vc tiver fé e persistência". Mas, eu cansei. No fundo, eu quero mais é que o mundo acabe em barranco.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

No momento, não posso atender

Tem dias que eu torço para o telefone não tocar, pra campanhia ficar em silêncio, pra não acontecer nada que me force a ter contato com o mundo. Tem dias que eu espero as horas passarem para chegar a noite e poder dormir debaixo do edredom quentinho, sem pensar em nada. Ou, então, dormir e ter bons sonhos onde a sensação de vazio dá lugar a qualquer outro sentimento. Tem dias que só chove, tem dias que tudo o que dá vontade é esperar pelo outro dia com a esperança de que ele seja melhor que hoje. Tem dias que não faz diferença nenhuma estar acordada ou dormindo, assistindo televisão ou andando pela rua. Tem dias que nem chorar eu consigo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Metamorfose

O que anda acontecendo comigo? Me sinto a barata kafkaniana: passando por uma metamorfose inexorável. Isso nunca tinha acontecido antes, nunca precisei mentir para acobertar meus delitos, porque nunca cometi delitos. Nunca inventei desculpas para faltar no trabalho, nunca colei na prova, nunca passei no sinal vermelho (só sem querer), nunca traí. Mas, nessa manhã fui culpada. Acordei e de imediato percebi que meus dias politicamente corretos tinham chegado ao fim. Pela primeira vez na vida, não ouvi o despertador. Faltei. Não apareci na consulta do dentista. Liguei e falei que meu carro tinha quebrado. Voltei pra cama e continuei dormindo. Foi assim que eu percebi que estou passando por uma transformação. Não porque eu faltei no dentista, mas porque eu nem liguei de não ter aparecido. As coisas mudam mesmo.

domingo, 11 de outubro de 2009

Quem você é

Como é bom conversar com uma pessoa amiga que realmente te conhece. Ando com muitas dúvidas sobre o rumo da minha vida. De uns tempos pra cá, percebi que não tenho mais certezas sobre o que eu quero. Sempre fui uma pessoa de certezas, sempre soube a vida que queria levar, o trabalho que queria fazer, a pessoa com quem queria estar, o lugar onde gostaria de morar. Mas, tanta coisa mudou que a dúvida passou a ser minha companheira do dia-a-dia. Não sei absolutamente mais nada sobre tudo isso. Aí, uma pessoa amiga me deu uma luz: "É preciso saber quem você é, para poder saber o que você quer!" Essa frase, dita com tanta convicção e simplicidade me deu uma nova linha de raciocínio. Tanta coisa mudou nos últimos tempos - emprego, relacionamento, dinheiro, amigos - que eu preciso me conhecer novamente. Eu mudei. Não penso, não sinto, não ajo da mesma forma que antes. Por isso, também não quero mais as mesmas coisas. Assim, já sei o que preciso fazer. Preciso dar uma chance para essa nova pessoa na qual eu me transformei, descobrir como ela pensa, como sente e como age. Só assim vou poder descobrir o que quero e pra onde vou.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Saudade da Bahia


Céu azul. Coqueiros. Sol quente. Areia escaldante. Brisa do mar. Sensação de liberdade. Felicidade. Saudade.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Mais perto do fim do que do começo

A gente sabe que o ano está mais pro fim do que pro começo quando vê a primeira matéria no noticiário falando que faltam três meses pro Natal. Já estou praticamente fechando o boteco, porque na verdade queria mesmo que o ano acabasse logo. Tantos dias parados esperando o amanhã. Sem dinheiro, sem trabalho, sem namorado, sem problemas pra resolver. 2009 - o ano que não existiu. E ainda nem acabou!

domingo, 13 de setembro de 2009

Um passinho pra frente, por favor!

Mais uma entrevista em Santos para a vaga pra trabalhar no navio. Mais um passinho na direção de uma mudança radical na vida. Mas, como nada é certo nessa vida, só acredito nisso tudo quando estiver a bordo. Foi bacana ir até o litoral, fazer a entrevista com o mar ali pertinho, há poucas quadras de distância. Parece que o sonho fica menos sonho e mais realidade. Fotografar, viajar e estar junto ao mar. Será?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vai demorar

Conseguir a vaga para trabalhar no navio não é difícil, mas é demorado. Eu bem que achei que era só ir até São Paulo, fazer uma entrevista e subir a bordo. Agora que pesquisei melhor sobre o assunto, percebi que pode demorar muitos meses até a coisa virar. Nas últimas semanas, eu não estava conseguindo lidar muito bem com a situação. Minha cabeça ficava só pensado em duas frases: "se eu embarcar..." e "quando eu embarcar". Porém, não vai dar pra viver na condicional e no subjuntivo por três ou quatro meses. Vou ter que voltar pra realidade e continuar no presente, com o pé no chão, vivendo um dia de cada vez. O que vier, é lucro - frasezinha sem-vergonha, mas de grande utilidade.

sábado, 29 de agosto de 2009

Pode ser que demore

Sou uma pessoa teimosa. Ou seja, demoro muito para admitir outra verdade que não seja aquela que enfiei na cabeça. Por isso, demorei para perceber que assumi novamente a postura de vítima. Eu já tinha aprendido a viver no presente, sem deixar o passado e o futuro virem me assombrar. Mas, enfrentei um mês de agosto totalmente parado, sem coisas ruins nem boas acontecendo. Essa falta de estímulo realmente acaba comigo. Consigo me sair melhor quando as coisas vão mal do que quando nada acontece. É a síndrome do paranóico: para alguém com mania de perseguição, não ter alguma coisa pra ter medo é um tormento sem fim! Quando as coisas estão paradas, eu começo a ter saudade do passado e fico lembrando de coisas que podiam ter acontecido, coisas que aconteceram e foram boas, coisas que aconteceram e foram ruins, o que fiz e o que poderia ter feito. Quando nada está acontecendo, fico pensando no futuro e fico planejando como deveria ser minha vida daqui dez anos, vivendo todos os medos e alegrias dos dias que ainda estão por vir. Complicado. Nessas horas, eu esqueço completamente do presente. Fico me sentindo uma bolha de sabão, sem nada dentro, flutuando no ar sem saber quando vai explodir. Ser bolha de sabão nessa hora, não é muito bacana. Mas, um dia explode. E volta tudo ao normal.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Salada

Minha vida está igual um prato de salada. Mas, não é porque está tudo misturado e sem uma ordem. Minha vida está uma salada: saudável, mas sem o prazer das calorias!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Carreira Solo


Não é à toa que todo mundo tem medo da solidão. Não é fácil ser sozinho. O mundo é feito pra se viver em bando. No mínimo, em pares. No restaurante, tem mesa pra dois - mas, não tem mesa pra um. Pacote da CVC é pra dois: se vc viajar sozinho vai pagar o mesmo preço que um casal, afinal ninguém manda vc ser excêntrico. Convite pra evento social tem sempre aquele lembrete "com direito a acompanhante", pra vc não se esquecer que não é muito bom ir sozinho. Ser sozinho é estranho. Não é bom, nem é ruim. Só é estranho. É uma sensação meio surreal não ter a vida entrelaçada com a vida de outra pessoa, não depender de absolutamente ninguém para tomar decisões. O mais estranho é que ser sozinho é muito parecido com ser livre. Uma pessoa sozinha não precisa consultar ninguém para tomar atitudes a respeito da própria vida, a não ser os seus próprios sentimentos e desejos. É por isso que todo mundo tem medo da solidão. Porque é vc com vc mesmo, a responsabilidade é toda sua. Não tem ninguém em quem colocar a culpa. Nem dá pra tomar decisões pensando em fazer o melhor para outra pessoa. Por isso, ser sozinho é assustador: é quando vc não tem outra saída a não ser olhar para si mesmo. Geralmente, as pessoas não gostam de fazer isso. Quem faz a opção de ser sozinho, tem que ter muita coragem.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um dia, eu quis ver o mar

Tirei essa foto no Porto de Itajaí, nas férias em Camboriú. Nunca tinha visto um navio de perto e fiquei impressionada com o tamanho do barcão. Como todo os outros turistas em terra, fiquei imaginando o quanto deve ser louco viajar em um cruzeiro marítimo. Eu nem imaginava que um dia iria estar pleiteando uma vaga para embarcar e permanecer na tripulação por pelo menos seis meses. Naquela época, eu tinha um emprego, um marido e estava tentando engravidar. É estranho pensar no quanto a vida mudou desde então. Não tenho mais emprego, nem marido e já desisti definitivamente de ser mãe. Embarcar num navio sem destino certo, por mares nunca dantes navegados por mim é mais que uma possibilidade. É um desejo. Uma vontade de partir, de explorar a imensidão do oceano, parando de vez em quando em um porto longínquo. No começo do ano, prestei concurso pra trabalhar em Salvador e não passei. Dessa vez, pode ser que eu não consiga embarcar novamente. Mas, uma coisa é certa. A vontade de ir embora, de alargar meu horizonte, cresce a cada dia. Se não for dessa vez, com certeza ainda vai chegar a hora. Um dia, eu vou olhar para trás e acenar um adeus. Quem sabe, no mês que vem.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sonhando Alto

Estou concorrendo a uma vaga para trabalhar como fotógrafa em cruzeiros marítimos e a entrevista final é no final de agosto. No começo do ano gastei uma grana pra prestar um concurso em Salvador e não passei. Dá preguiça e dó de gastar mais uma grana de novo. Mas, pra ganhar na loteria, tem que apostar. Estou apostando. Porque já cheguei à conclusão que do jeito que está não dá pra ficar. Uma hora eu acerto.

sábado, 18 de julho de 2009

Sempre alguma coisa está acontecendo

Surpresas não precisam vir necessariamente com o novo. Às vezes, a gente se surpreende com aquilo que sempre esteve ao nosso lado, mas que a gente nunca parou para prestar atenção. Aí, é capaz até de levar aquele susto: "Nossa! A vizinha tem o cabelo azul e eu nunca tinha reparado!". Pois é. Acontece muito com pessoas. Tem pessoas que a gente conhece há tempos, mas que nunca paramos para conversar e saber sobre coisas à toa, tipo qual a cor preferida ou se já pegou gripe esse ano. Tem pessoas que a gente vê todo dia e só diz bom-dia, boa-tarde, boa-noite, até mais. Tem pessoas que a gente vai ver sempre e nunca vai passar do estágio de conversar sobre o tempo ou sobre a crise econômica e como os políticos são ladrões. Daí, surpresa é quando uma dessas pessoas que a gente está tão acostumada a ver, de repente olha pra você por mais tempo que de costume. Olha e presta atenção no que você está falando. Pergunta e ouve a sua resposta. Ao invés de falar sobre o aquecimento global, fala sobre si mesmo, sobre o que gosta e até sobre o que está sentindo. Assim, percebemos que tem muitas pessoas que a gente vê todo dia que passam pelas mesmas coisas, sentem as mesmas coisas, têm as mesmas dúvidas. São essas surpresas que não vêm com o novo que fazem a gente se sentir menos solitário. Não estamos sozinhos, graças a deus.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Será que dá rock?

Esses dias mandei meu currículo de fotógrafa para uma agência de recrutamento de temporários para trabalhar em cruzeiros marítimos. Só mandei mesmo pela facilidade tecnológica que a gente tem hoje em dia de fazer tudo pelo site. Já faz dois dias que a resposta está na minha caixa de entrada, solicitando um agendamento para entrevista em São Paulo. As chances de conseguir a vaga são consideráveis e a entrevista é na semana que vem. Então, tenho alguns dias para pensar se eu quero embarcar em um navio e passar seis meses viajando ao redor do mundo. Se eu quero ficar um tempo longe da família, dos amigos, dos pretendentes, dos meus contatos profissionais e da terrinha. Se eu quero sair para ver o mundo, se eu tenho coragem de deixar - literalmente - meu porto seguro. Minha vida sempre foi reclamar e chorar pelo fato de até hoje não ter ido embora daqui, atrás de sonhos maiores. Talvez seja a hora de partir, porque se eu ficar, vou ter que parar de reclamar e admitir que fico porque quero. O local de embarque para quem passar na seletiva é definido somente depois de tudo acertado, afinal os navios estão em trânsito. A única coisa certa é que se sai do Brasil para Miami. E de lá para o mundo. Será que vai ser esse o meu itinerário?

domingo, 5 de julho de 2009

Copie e Cole

Pois é. Confesso que leio livros de auto-ajuda e filmes que dão lição de moral. Também leio horóscopo e jogo runas pela internet. Daí minto pra mim mesma que sou cética e agnóstica, racional e lógica, na busca pelo sentido da vida. Mentira... Também tenho meu lado bicho-grilo, vivo procurando os sinais do destino em tudo que é canto e coisa que acontece. A última foi um filme que minha mãe me emprestou que conta a história de um atleta que luta pra ir pra olimpíada. É uma historinha boba, mas a mensagem central até que é bacana: não existe passado, não existe futuro - a única coisa que existe é o presente. Fiquei pensando nisso, mas não foi porque é uma descoberta incrível ou algum tipo de revelação. A idéia é até meio batida, todo mundo sabe disso. Mas, fiquei pensando nisso porque é algo que realmente pode me ajudar a me sentir melhor. Tenho andando muito preocupada com o futuro, aliás angustiada com o fato de não saber nada sobre meu futuro. Até já postei sobre a minha necessidade de arranjar alguma coisa para querer. Então, comecei a pensar que apreciar a paisagem seja mais importante do chegar ao destino. Se eu ficar parada pensando em um lugar pra onde ir, corro o risco de ficar parada para sempre. Por outro lado, se eu começar a caminhar mesmo sem saber até onde posso chegar, eu já estarei chegando a algum lugar a cada passo que eu der. Eu realmente não quero ficar sentada na rodoviária, esperando por um ônibus que eu não sei qual é. Prefiro ir andando.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Intuição

Tenho os meus defeitos, mas uma coisa que sempre fiz foi enfrentar os problemas e situações difíceis de frente. Uma coisa que sempre me ajudou a agir dessa forma, foi um intuição poderosa que nunca me deixou na mão. Sempre que minha vida deu uma guinada ou passou por uma grande mudança, senti que isso iria acontecer. Não é que dias antes eu tenha tido uma visão ou sonhado com o acontecimento. Mas, alguns meses antes eu sentia que algo iria mudar. Mesmo porque as grandes mudanças não acontecem em um dia, mas são sempre um processo. É quase um sentimento, sinto uma inquietação e começo a perceber na paisagem do dia-a-dia uma cor diferente, um construção nova que ficou pronta, detalhes que já estavam ali, mas eu não via. Tenho vários insigths, tipo uma revelação que vem do nada. Faz uns dias que estou sentindo isso, uma certeza de que algo decisivo está prestes a acontecer.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saco Cheio

Estou cansada de acordar todos os dias feliz por ter uma boa casa, a geladeira cheia, um carro na garagem e nenhuma doença degenerativa. Estou cansada de pensar antes de agir, de levar em conta os sentimentos dos outros, de agradecer o que tenho, de organizar meu computador, de investir em marketing pessoal, de tomar chá verde, de não tomar coca-cola, de comer menos junky-food, de ir dormir cedo pra acordar cedo, de ler a parte de economia do jornal, de separar o lixo reciclável, de resistir a comprar um maço de cigarros, de dar bom-dia e boa-tarde pra todo mundo, de tomar banho morno em vez de quente pra não ressecar a pele, de passar filtro-solar pra ir na padaria. Às vezes, sinto que me esforço tanto para encontrar o ponto de equilíbrio, que ao chegar até ele me sinto meio estressada. Porque não foi fácil parar de dizer "foda-se" a cada dez frases, de jogar copos na parede do bar em noites de fúria, de xingar no trânsito, de fumar até passar mal, de ter prisão de ventre por ter ficado um mês só comendo hambúrguer, de mandar o chefe tomar no cu, de chorar três dias e três noites por ter levado um fora, de pensar em se matar mesmo sabendo que nunca iria ter coragem, de ir de carona e sem dinheiro pra praia, de faltar na faculdade por estar com uma ressaca-monstro, de ficar mais de uma hora embaixo do chuveiro antes de ouvir falar em aquecimento global, de ficar mais de dois meses sem ligar pra mãe, de dirigir embriagada sem culpa, de roubar placa de trânsito pra colocar na parede do quarto. Parei de fazer tudo isso e não sinto saudade. A inconsequencia juvenil pode até ser poética, mas é tonta na mesma proporção. Enfim, consegui chegar ao ponto de equilíbrio. É ótimo. Me sinto como se estivesse numa propaganda de margarina...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cota de Amor

Às vezes, fico pensando se cada um tem sua cota de amor. Será que o amor que a gente vai viver na vida já vem pré-determinado? É que eu já pensei na possibilidade de eu já ter vivido a minha cota de amor. Já tive dois relacionamentos longos e intensos, cada um com seus incontáveis momentos de conquista, felicidade, crescimento, conflito e dor. Tive também experiências tão rápidas quanto um beijo dado em um desconhecido nas férias de verão, mas que marcaram por serem apenas e simplesmente surpreendentes. Tudo isso me fez aprender muitas coisas, inclusive compreender que nunca podemos encontrar no outro o que falta na gente mesmo. Também percebi que ter alguém não é a garantia de sermos felizes. Talvez eu tenha deixado de acreditar no amor, ou talvez eu tenha descoberto que ter alguém para amar não pode ser o único objetivo na vida. Só tenho uma certeza: perdi a inocência e sei que meu coração nunca mais vai bater como antes por alguém. Pode ser que ele bata mais rápido e com força, mas não será como antes. Será apenas como um coração que amadureceu. Quando isso acontece, não tem como voltar atrás. É o preço do equilíbrio adulto.

sábado, 20 de junho de 2009

Fritando


Será que se eu fosse abduzida hoje, faria falta no mundo?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Filosofia para Iniciantes

Talvez eu tenha começado a ler livros clássicos mais por vaidade do que por gosto. Quando terminei de ler "Crime e Castigo" me senti bem por fazer parte do grupo das pessoas que já leram Fiodor Dostoiévski. Nomes difíceis, assim como as coisas difíceis, sempre me atraíram. Além da vaidade literária, ser freguesa de sebos também contribuiu para a leitura de livros antigos. Acho que livro no Brasil é um artigo muito caro e não é sempre que dá pra ler o que se quer. Tem dias que tenho vontade de ler algo contemporâneo, lançado há poucos dias, com palavras que sei o significado, cenários mais modernos e questões mais fresquinhas. Não é sempre que dá. Porém, tudo tem seu lado bom. A falta de grana me fez ler livros que construíram a minha forma de pensar e mudaram muitos conceitos que eu tinha herdado da escola, da família e da sociedade. Acabei de ler um livro que peguei emprestado - "Filosofia para Iniciantes". É um livro beeeeeem pra inciantes, com charges dos filósofos e desenhos da primeira até a última página. Apesar de parecer meio ridículo ficar lendo diálogos entres caricaturas do Platão e Aristóteles, foi muito interessante ver um resumo da história da filosofia, do seu começo até a década de 90. O mais intrigante foi perceber que mesmo depois de tanto tempo, estudos, teorias e teóricos, ainda não sabemos quem somos e nem porque estamos aqui. Nem o lance da existência de Deus progrediu muito. Quando fechei o livro e cheguei a essa conclusão, senti uma pontinha de alívio. Se nem os filósofos de todos os tempos conseguiram chegar a um consenso sobre quem somos e para onde vamos, eu - que não passo de uma pessoa de classe média, moro num país apenas emergente, tenho apenas a pós-graduação - também não tenho nenhuma obrigação de saber! Graças a Deus!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Adeus



A Nini passou muito rápido pela minha vida, mas mesmo assim sinto muito a falta dela. Entre o dia em que a vi no pet shop para doação e o dia em que ela se foi, se passaram apenas três meses e meio. Foram dias divertidos, era uma gatinha filhotinha fazendo companhia para a Titi que já era adulta e ranzinza. A Nini transformou a rotina da casa. Todos os dias, as duas gatinhas ficavam me esperando acordar do lado de fora do quarto. Sempre que eu chegava da rua, elas estavam na porta me esperando com ansiedade. Elas brincavam, caçavam borboletas e dormiam no sofá. Até chegar o dia que a Nini não veio me acordar. Ela ficou doente e morreu. É triste ficar sem a presença dela que me aquecia o coração e acalmava o pensamento. Sei que uma pessoa adulta tem que saber lidar com as perdas, mas tem horas que acho um saco ser uma pessoa adulta.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

relações cibernéticas

Umas das coisas interessantes de ter estudado pra concurso público, foi ler novamente os livros da faculdade sobre a indústria cultural e outras teorias. Foi revoltante perceber que o concurso utilizou bibliografia de mais de vinte anos atrás - um livro tinha sido escrito em 1960 e ainda chamava o jornal de "periódico" - mas, foi interessante refletir sobre o que se confirmou e o que era mera fantasia dos críticos da aldeia global da comunicação. A principal crítica à indústria cultural se dirigia à televisão e, no Brasil, à Globo em especial. Os teóricos acreditavam que a comunicação feita de forma unilateral, entre um emissor e um receptor, tinha o poder de impor valores e provocar reações pré-determinadas. Ou seja, a televisão era a caixinha mágica que hipnotizava as pessoas e transformava a humanidade em uma legião de zumbis. Mesmo na época da faculdade eu já achava esses conceitos um tanto quanto exagerados e catastróficos. Na minha cabeça, quem fazia a programação da televisão era o próprio público. Se passava novela Pantanal com muito sexo e matagal, era porque o povo estava a fim de ver isso. Tanto que depois da novela, houve uma volta do pudor e não se fez mais novela com tanta gente transando. Hoje em dia, eu acho a mesma coisa: se o programa do Datena está no ar é porque o povo gosta de assistir sangue, suor e tragédia. Não é uma conspiração dos meios de comunicação para acabar com tudo como ensinavam nas faculdades de jornalismo. É uma tremenda falta de ética, mas não é uma conspiração. Não sei se a internet surgiu porque o ser humano precisava de outra forma de comunicação, ou simplesmente surgiu. O fato é que tudo mudou com a wide world web que fez as previsões da indústria cultural parecerem bem ridículas. Quando a internet surgiu, acho que os mesmos adoradores do apocalipse previram que o ser humano ia perder o contato com o mundo e passar a viver sozinho na frente da tela do computador. Idéia de jerico, porque o que se viu foi totalmente o contrário. Surgiu no vocabulário do dia-a-dia uma palavra nunca antes vista em um livro de teoria da comunicação: INTERATIVIDADE. Gostei da propaganda da TIM porque ela faz uma referência a um mundo novo, onde as coisas não são mais as mesmas: um negro como presidente dos EUA, mulher jogando futebol, televisão no celular e o slogan "viver sem fronteiras". No fim, ainda bem que não viramos robôs!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

April Skies

O mês de abril já era. Tem uma música do Jesus & Mary Chain que se chama "April Skies". Sempre achei essa música uma das mais lindas da banda e também uma das mais lindas que conheço. Quis o destino que ela passasse a ter um significado ainda mais profundo: foi no mês de abril do ano passado que me mudei de casa e de vida. Já faz um ano, agora as coisas deixam de ser novas e passam a se repetir. No ano passado, tudo era dolorido: primeiro aniversário, primeiro inverno, primeiro dia dos namorados, primeiro natal, primeiras férias. Tudo era primeiro, porque era a primeira vez que estava tendo que fazer coisas sozinha. A primeira vez a gente nunca esquece. Me orgulho muito de ter passado por todas essas primeiras vezes e sobrevivido. Mas, graças a deus já faz um ano e o tempo das estréias acabou. Passei por tudo e agora não tenho mais o que temer. É bom renovar o contrato do aluguel, tirar novamente o cobertor do armário e me preparar para mais um inverno. Abril sempre vai significar alguma coisa. Under the april sky, under the april sun.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bolsa de Mulher

Cada mulher leva seu universo dentro da bolsa. Na minha bolsa, vai somente o básico. Uma carteira, as chaves, o celular, os óculos escuros, a agenda e uma caneta. Será que o meu universo é muito básico? Inclusive, se pudesse não usaria bolsa. É um saco procurar as chaves quando a gente chega em casa, achar o celular quando ele tá tocando desesperadamente no meio da reunião, não ter onde deixar a bolsa na balada. Praticidade é o meu lema. Porém, essa mania de funcionalidade talvez seja exagerada. Talvez, eu devesse carregar de vez em quando alguma coisa supérfula, coisas que não são necessárias, mas que podem tornar o dia mais bonito, mais agradável e, quem sabe, mais feliz. Esses dias, a Nini entrou na bolsa e ficou lá, olhando pra mim como quem diz: "Olhaí, é muito legal ficar dentro da sua bolsa!" Assim, percebi que cabe muita coisa dentro da bolsa, cabe até mesmo quem a gente ama.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Teoria Junguiana

Ouvi dizer que estudos científicos atestam que os seres vivos precisam de estímulo para viver. Sem estímulo, um ratinho preso numa caixa branca morre mesmo se for alimentado normalmente. Se colocarmos um dispositivo que dá choque, o ratinho vai ficar tomando choque e não vai morrer. Ou seja, qualquer estímulo é melhor do que nenhum, mesmo que seja um estímulo que cause dor. Não acredito muito que o que acontece com um ratinho vá necessariamente acontecer com os humanos, mas mesmo assim eu acho que a experiência tem seu fundamento. Eu ando meio ratinho na caixa branca, prestes a pôr a pata no negócio que dá choque. Está tudo tão bem que está ruim. A família vai bem, a grana tá entrando, o trabalho tá bacana, as baladas boas, os amigos cada vez mais amigos, os ficantes ok. Mas, falta alguma coisa pra querer muito, pra correr atrás, pra criar suspense. Tem que avisar o cientista pra botar um queijinho na minha caixa branca, nem que for pra eu ter que ficar correndo até cansar naquelas rodinhas de hamster fazer exercício. Qualquer estímulo é melhor que nada.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não Passei

Faltou 0,75 pontos para eu passar pra segunda fase do concurso público pra assessoria de imprensa em Salvador. Foi por pouco, mas tô fora. Por um mês eu fiquei sonhando que iria morar lá na Bahia, recomeçar a vida mais uma vez e aumentar as chances de encontrar a felicidade. Por isso, estou com um sentimento de perda, como se eu tivesse que devolver o prêmio da loteria que eu já considerava meu. Mas, na verdade eu não perdi, apenas não ganhei. É diferente, a vida continua exatamente como estava antes de eu fazer a inscrição para o concurso. Isso é muito chato, porque eu tinha encontrado com o que sonhar, com uma nova vida e muitas mudanças. Agora, tenho que procurar novamente um caminho, algo para querer e com o que sonhar. De volta à estaca zero. Novamente.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Homem Perfeito


Não acredito no ditado de que todos os homens são iguais. Existem aqueles especiais. Aquele que gosta de ouvir Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine. Que apesar de passar dos trinta, ainda tem um jeito de menino e um sorriso de quem está adivinhando o que você está pensando. Que pratica esportes radicais pelo simples prazer de sentir o coração bater mais forte. Que gosta de brincar com crianças e também de brincar igual criança. Que compra maçã do amor pra namorada e fica preocupado se vai se atrasar para buscá-la no trabalho. Eu mesma conheci um esses dias. O chato é que não fui eu quem ganhou a maçã do amor. Mas, mesmo assim é bom saber que o homem perfeito existe e que a gente não precisa ficar se contentando com qualquer homem-tudo-igual que tem por aí. Basta ter paciência para encontrar um que ainda não tenha pra quem dar uma maçã do amor.

sábado, 11 de abril de 2009

Pilha Fraca

Ultimamente, ando com a pilha fraca. Uma preguiça generalizada. Daí vem a mania de deixar pra depois: vou lavar a roupa só quando a novela acabar, vou começar a academia só quando terminar esse trabalho, vou parar de fumar só depois do meu aniversário, vou começar o mestrado só no ano que vem. Mas, na realidade, estou meio desanimada. Se não tenho estímulo, não tenho energia. Para não admitir que estou sem vontade de fazer nada, passo a conjugar o verbo no futuro do subjuntivo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Nietzsche e Almofadas

Ultimamente tenho assistido muita televisão. A vida de freelancer oferece muito tempo livre e tenho me rendido à preguiça. A contradição é que o meu pacote-favela da NET tem pouquíssimas opções interessantes e ficar na frente da televisão virou uma fonte de ansiedade, daquele tipo que faz a gente ficar mudando obssessivamente de canal, mesmo depois de já ter decorado a programação inteira. No domingo, o lance estava tão crítico que comecei a apelar: comecei a assistir canais tipo TV Senado, Rede Vida, Discovery Kids, só pra ver qualquer coisa diferente. Foi assim que comecei a assistir o programa Café Filosófico da TV Cultura. Quando a gente está acostumada ao ritmo de vídeoclipe e ao apelo incandescente da publicidade, é difícil assistir a um programa onde se transmite uma palestra, com uma câmera fixa na palestrante e no mediador sentado ao lado dela. Ainda mais quando a palestra é sobre Niestzsche em pleno final de domingo. Por pura falta de opção, comecei a prestar atenção e, por incrível que pareça, fiquei muito interessada no assunto, assisti o programa até o final e ainda fiquei com vontade de ler alguma coisa sobre o filósofo. O que achei mais interessante foi a explicação da palestrante sobre como Nietzsche analisou e criticou a postura das religiões que defendem que a vida é um calvário que temos que suportar e que a felicidade só pode ser alcançada após a morte. É a negação do presente e do corpo, em benefício do futuro e do pensamento. Fiquei pensando que é um argumento que eu ainda não tinha anotado na minha lista de argumentos para explicar porque perdi a fé na Igreja e em Deus quando eu tinha 17 anos. Desde aquele tempo, eu já achava um tremendo absurdo passar a vida inteira seguindo regras e preceitos para merecer ir para o céu. Esperar pelo futuro, mesmo que o futuro seja amanhã, é abrir mão de viver. Cada vez mais tenho entendido o significado de viver o presente. Tenho esperado menos, idealizado menos, criticado menos. Com isso, tenho me frustrado menos, me decepcionado menos e magoado menos pessoas. Assim, o presente tem se tornado cada dia mais importante que o futuro. Achei bem engraçado ficar pensando nisso tudo, deitada no meio das almofadas do sofá, em pleno domingão. Quando a gente está bem consigo mesmo, dá pra fazer brotar flores de pedras. Dá pra achar o máximo ficar jogando baralho na casa de praia, porque tá despencando aquele aguaceiro lá fora. Dá pra bater um papo com a vizinha enquanto estão presas há mais de meia hora no elevador. Dá até pra aprender sobre Nietzsche pela televisão...

terça-feira, 24 de março de 2009

Menos de 24h na Bahia

Depois de passar 30 dias na Bahia nas férias de verão, foi muito estranho voltar a Salvador e ficar menos de 24h na cidade. Fui prestar o concurso público, fui num dia e voltei no outro. Foi rápido, mas foi emocionante estar lá novamente. Apesar de ter estado lá apenas uma vez, a cidade me traz uma sensação boa de familiaridade, não me sinto como alguém de fora. Não pude passear, apenas prestei o concurso e fui direto para o aeroporto. O trajeto do ônibus para o aeroporto foi meu único momento-turista, foram 40 minutos pela orla: Barra, Ondina, Rio Vermelho, Pituba, Itapuã. Era domingo de sol forte e as praias estavam cheias. O mar estava maravilhoso. Apreciar a paisagem aumentou o meu desejo de um dia chegar para ficar.

terça-feira, 17 de março de 2009

Quero ser Funcionária Pública

Estudar para concurso público, ainda mais com trinta e cinco anos, é uma regressão cármica ao passado. Eu nunca pensei que iria passar novamente a tarde inteira tentando entender o que é o raio da "Oração Subordinada Adverbial Consecutiva". Me lembrei do tempo do cursinho pré-vestibular quando eu ficava imaginando se um dia isso iria ser útil para alguma coisa. Agora, eu continuo com a mesmíssima pergunta que não calou até hoje:"Qual a utilidade de saber se a oração é subordinada adverbial consecutiva?". Tem coisas que serão sempre um mistério. Até hoje eu não sei se berinjela é com G ou com J...

Parando com o Drama

Tem gente que tem o dom de saber fazer um bom drama. Também, fazer drama é a coisa mais fácil do mundo. Se você corta o dedo na faca fazendo o jantar, dá pra faltar no emprego no dia seguinte por incapacidade física. Se o marido esquece o dia do aniversário de casamento, dá pra ficar uma semana sem falar com ele. Tudo na vida pode ser aumentado de intensidade e gravidade. Principalmente, para o lado negativo. No blog, então, nem se fala. Dá pra escrever centenas de posts sobre como a vida é uma bosta. Além de tudo, é de graça. Então, não há limites para a auto-piedade. Dá pra colocar fotinhas que dão vontade de chorar, dá pra pirar nas licenças poéticas, evocar o passado e amaldiçoar o futuro sem remorso. Mas, nem sempre o mais fácil é o mais indicado. Definitivamente, fazer drama é bem fácil - mas, é meio ridículo! Chega de ser ridícula!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Partida

Por que discutimos mais com pessoas da família do que com amigos? Por que choramos mais quando nosso pai ou nossa mãe nos magooam? Por que dói mais a indiferença deles do que qualquer outra coisa no mundo? É porque, bem ou mal, foram eles que nos ensinaram a andar, a falar, a brincar, a sentir e a pensar. Se eles nos dizem que somos maus, isso tira um pedaço do nosso coração, porque aprendemos que devemos acreditar no que nossos pais dizem. De tanto escutar que eu era má e que não merecia que alguém me amasse, eu saí de casa há mais de dez anos fechando a porta atrás de mim e jurando que nunca mais voltaria. Ficar sozinha trouxe longos períodos de sofrimento e incertezas, mas me deu a oportunidade de rever muitos dos meus valores. Pouco a pouco, eu acabei voltando. Hoje, depois de muitos anos, tive novamente motivos para chorar e para ficar magoada. Percebi que existem pessoas que não mudam, não aprendem com os próprios erros. Ao contrário, continuam magoando as pessoas com a sua intransigência e egoísmo. Eu gostaria que as outras pessoas tivessem mudado, assim como eu mudei, que tivessem procurado curar as feridas, por si mesmo e pelos outros. Mas, não foi assim. Pouca coisa mudou. O medo de admitir as fraquezas e, principalmente, a falta de amor e consideração, impede até mesmo que se enxergue alguém ao lado. Por isso, assim como há dez anos atrás, eu decidi que vou embora novamente. Vou continuar a viver a minha vida, sem esperar nada de ninguém. Já vivi muito tempo sozinha, não vai ser tão difícil. Não quero provar nada pra ninguém. Vingança e sofrimento alheio nunca me fizeram sentir melhor. Só não quero criar expectativas de um apoio e um amor que nunca virão. Tenho certeza que do outro lado, também esperam isso de mim: que eu não peça, que eu não exija, que eu não sinta falta do carinho e da atenção que eles não podem me dar. Pelo menos, não do jeito que eu gostaria de receber. Pra não criar mais conflito, não vou desaparecer, vou apenas manter a distância. Porque eles precisam ter a ilusão de que estamos todos juntos e felizes. Eu já cansei de ser a culpada nessa história. Então, estou saindo da história.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Passos Largos

A viagem foi longa até aqui. A infância foi um lugar solitário, habitado por fantasmas e monstros, onde o medo era o meu amigo imaginário. Nada pude fazer, apenas fui crescendo, criando defesas para sobreviver. Levantei muralhas de resistência, inventei um bunker onde me sentia segura, onde podia estar a salvo. Porém, os muros afastaram os monstros, mas também mantiveram as pessoas do lado de fora do meu mundo. Quando a adolescência chegou, a solidão do bunker tornou-se insuportável e a segurança deu lugar à angústia. Mesmo assim, o medo - meu único companheiro - me impedia de abandonar o bunker. Por muito tempo, preferi permanecer por ali, livre dos monstros e das pessoas. Até chegar o dia em que a angústia cresceu tanto que tomou todo o espaço do bunker. Era impossível respirar, era impossível fazer movimentos, não havia mais lugar nem para pensar. Então, eu decidi que queria finalmente sair daquele bunker. Só que eu tinha um grande problema: do mesmo jeito que as pessoas do lado de fora não podiam entrar, eu também não tinha forças nem habilidades para escalar o muro e sair. O esforço foi imenso, tentei escalar, tentei derrubar o muro, tentei gritar por socorro. Muitas vezes, desisti e pensei que não havia esperanças. Um dia, percebi um pequeno retângulo no muro. Ao examiná-lo, percebi que um tijolo tinha sido retirado. Talvez, aquele buraco estivesse ali o tempo todo, mas eu não tinha prestado atenção. O tijolo me fez perceber que as tentativas de sair dali de uma só vez não iriam dar certo, mas se eu tivesse determinação e persistência poderia ter uma chance. Era a única saída: retirar tijolo por tijolo. Já perdi as contas de quantos tijolos consegui mover, mas o muro é imenso. Não espero conseguir derrubar todas as barreiras do bunker, apenas quero abrir uma passagem por onde eu possa sair. Tijolo por tijolo.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Além das Fronteiras

Ter vinte e poucos anos foi mágico. Os dias eram intensos e inesquecíveis. As amigas eram muito mais que pessoas próximas, eram companheiras de viagem, juntas para enfrentar a vida e comemorar as conquistas. Foram anos de mudanças e transformações, tempo em que passamos de meninas a mulheres, em que tivemos que escolher entre tornar o sonho realidade ou, então, desistir deles. Assim, aos vinte e tantos anos, cada uma escolheu o seu caminho. Aos poucos, fui vendo minhas amigas irem embora. Sozinhas ou acompanhadas, fizeram as malas e partiram rumo ao sol, ao encontro delas mesmas, acreditando sempre que o mais importante é ter convicção do que realmente queremos da vida. Casaram-se, tiveram filhos, saíram do país, separaram-se, estudaram, trabalharam, fizeram grandes viagens. Não faz tanto tempo assim, mas já não temos mais vinte e tantos anos, pois os vinte anos já ficaram para trás. Às vezes, eu sinto que também fiquei para trás. Junto com aqueles anos que não voltam mais. Eu também sonhei, trabalhei, estudei, casei e separei. Mas, não fiz as malas e não fui embora. Eu ainda não tive convicção do que realmente quero da vida. Nos últimos meses, sinto que estou prestes a descobrir. Precisei ficar sozinha para entender que tem horas que precisamos tomar decisões ao invés de deixar a vida passar à deriva, ao sabor dos ventos e das marés. Demorei um pouco mais que as minhas amigas para perceber isso, precisei passar por mais coisas e chegar aos trinta anos. Mas, nunca é tarde demais.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Life goes on

Sim, chorei por alguns minutos. Coloquei "Blower's Daughter" do Damien Rice para tocar e chorei como fazia tempos que não chorava. As lágrimas brotaram e escorreram pelo meu rosto até o momento em que secaram. A pele ardeu, lágrimas secas no rosto sempre ardem. Daí, não consegui mais chorar. Tive vontade de passar a madrugada inteira chorando, queria ir para cama chorando como já fiz tantas vezes na minha vida, queria até quebrar algum objeto, jogar coisas na parede pra aliviar a tensão, mandar uma mensagem com palavrões pelo celular, qualquer coisa assim. Mas, parei de chorar e senti que não tinha mesmo tantos motivos para continuar chorando. Tomei um banho e pensei: "chega disso, vou dormir porque estou cansada." E foi isso. Na manhã seguinte, acordei e fiquei lembrando de como a noite passada tinha sido bacana, quantos amigos tinha encontrado e o quanto tinha me divertido no desfile de carnaval. Só depois de um tempo é que fui lembrar que tinha chorado. E tudo pareceu meio bobo, meio sem sentido. Levantei para tomar um café bem forte e cheiroso. Olhei pela janela e o sol estava forte e radiante. A claridade da manhã me deu a certeza de que a vida sempre continua. A vida sempre segue em frente. E eu também.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Inevitável

Desde o dia em que fechei a porta da nossa casa e parti, eu sabia que o dia de ver você com outra mulher chegaria. Esse dia foi hoje, domingo de carnaval. Não faz 30 minutos que vi pela primeira vez você acariciando os cabelos de outra mulher e sorrindo como sorria para mim. Nossa história já acabou há quase um ano, mas foi somente hoje, no exato momento em que vi você com outra pessoa, que você oficialmente não faz mais parte da minha vida. Pode ser que você já seja de outra mulher há muito tempo, mas foi somente hoje que isso se tornou realidade para mim. Porque eu vi. E o que os olhos vêem, o coração sente. Eu sabia exatamente que sentiria isso que estou sentindo, uma sensação de fracasso diante de uma amor que poderia ter dado certo. Mas, não deu. Agora sei que você abraça um outro corpo e outra pessoa diz que te ama quando acorda ao seu lado na sua cama. A tristeza invade a minha alma, mas sei que vai passar. Apesar de estar triste, não me arrependo de nada e sei que não existia mais chance para nós. Sei que o meu destino era esse, era estar sem você, talvez para eu ter que ser forte o suficiente para superar a sua falta. E sei que sou forte, sei que vou te esquecer. Sei que agora vou te esquecer para sempre e vou seguir em frente, tentando sempre ser melhor que ontem. É esse o meu destino. Eu sempre encaro os desafios que a vida me impõe. Com coragem e determinação. Com força e vontade de ser feliz. Não é agora que vou abaixar a cabeça. Não é agora que vou sentir pena de mim mesma. Eu encontro força na adversidade. Se a vida me dá uma rasteira, pode ter certeza que eu levanto com muito mais vontade de continuar de pé. Não vou cair. E melhor: vou continuar caminhando, seguindo em frente. Sempre adiante. Adeus, foi bom ter te conhecido e foi ótimo ter te abandonado. Até nunca mais. Você já faz parte do meu passado, espero poder um dia nunca mais pensar em você. Não te desejo nada, nem felicidade, nem sofrimento. Só quero poder esquecer.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Às vezes, Cansa...

Manter a pose às vezes cansa. Tem horas que dá vontade de arrancar o sapato, comer com a mão sem guardanapo, sentar concundinha na cadeira e apoiar o pé na mesa de centro. Desde que optei novamente pela vida de solteira, estou mantendo a pose: cabeça erguida, peito estufado, olhar mirando o horizonte e um sorriso confiante no futuro. Nem é fingimento, a pose é o reflexo do que vai aqui dentro. Não é só postura, mas é um sentimento verdadeiro de que a vida está melhor e que finalmente encontrei um pouco de paz. Mesmo assim, às vezes cansa. Sei que na obstinação de sobreviver às grandes mudanças por que passei nos últimos dois anos - uma demissão e uma separação - montei uma estratégia para me proteger do sofrimento. O plano foi resistir e continuar em frente. Sem auto-piedade, sem arrependimento e sem medo. Deu certo, porque se existe uma coisa que é meu defeito e minha maior qualidade, isto se chama persistência. No entanto, para não se afogar, a gente gasta um bocado de energia para continuar na superfície e não afundar. Tem dias que sinto que estou precisando de uma bóia. Não pra vida toda, mas só pra dar uma descansadinha e evitar cãimbras. Ontem, pela primeira vez senti saudade de uma coisa: andar de mão-dada com alguém. Dormir abraçadinho e acordar abraçadinho do mesmo jeito. Receber uma msn romântica no celular. Colocar dois pratos na mesa na hora do jantar. Abstraí tanto que já tinha me esquecido do quanto isso é bom, do quanto isso aquece o coração e preenche a alma. Não queria sentir falta disso, porque não é uma coisa que posso ir no supermercado e comprar uma dúzia. Pode ser que isso nem aconteça mais na minha vida. Mas, não adianta fingir que não está faltando nada. Sinto, logo existo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esperando a Sexta-Feira

Parei de fumar todos os dias, mas me reservei o direito de fumar de vez em quando. Tem dias que é foda, dá uma vontade de ir no boteco da esquina e comprar um cigarro solto em vez de um maço. Mas, sei que é só querer se enganar. Então, fico só esperando o final de semana chegar. Não pra beber, dançar ou me divertir... Só pra poder fumar um cigarro!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Do it yourself

Ultimamente tenho me surpreendido comigo mesma no quesito "se-virar-sozinha". Apesar da pose de mulher independente e senhora do destino, sempre tive um lado que na hora do aperto sempre gritava por socorro e ficava esperando ser resgatado. Mas, agora tudo mudou. Esses dias o pneu do carro furou e eu demorei um dia inteiro para perceber. Quando vi, já era de noite e mesmo assim consegui ir até o posto de gasolina, encher o pneu e achar uma borracharia 24h pra fazer o conserto. Coisa simples, mas para mim foi uma vitória não ter ligado pro meu pai, pra minha irmã ou meu cunhado. Outra coisa que foi melhor ainda é que antes do natal, uma doida veio com tudo e bateu na traseira do meu carro. Já faz mais de 15 anos que tenho carteira de motorista e, mesmo não dirigindo tão bem assim, nunca tinha me envolvido num acidente de trânsito. Dessa vez, dada a gravidade da situação, eu tentei ligar para o meu pai, minha irmã e meu cunhado, mas nenhum dos celulares atendeu. Eu fiquei bem nervosa, não sabia o que fazer: chamar o trânsito? tirar o carro da rua? chamar o seguro? negociar com a doida? Consegui falar com minha irmã, mas ela não podia sair do escritório. Então, com assessoria dela por telefone, tive que resolver tudo sozinha. Não é que deu tudo certo? Fui fazer orçamento em duas oficinas, peguei o cheque da doida, deixei o carro em uma terceira oficina de minha confiança. Apesar do carro amassado, voltei pra casa feliz! Hoje, para ampliar as experiências de independência para além do setor automobilístico, também fiz progressos no setor de informática. O gravador de DVD do computador pifou de vez e eu estava com uma dor no coração de ter que gastar dinheiro com a manutenção. Além disso, odeio desperdício e em casa tem um monte de sucata de computador, inclusive três drives de DVD jogados numa caixa. Resolvi tentar resolver tudo sozinha de novo e de chave de fenda em punho me aventurei a trocar os drives. Foi muito bom ver o negócio funcionando e não ter gasto nenhum real, nem ter que esperar uma semana até o serviço ficar pronto. Até agora o computador não pegou fogo, nem explodiu. Então, estou bem feliz de estar, finalmente, resolvendo por mim mesma os meus problemas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vida Saudável

Estou me sentindo ótima na minha nova vida saudável. Uma semana sem fumar e vai tudo bem sob o céu de fevereiro. É ótimo voltar a ter vontade de comer. Fumar por dez meses levou embora pelo menos três quilos do meu peso ideal. Me sinto bem melhor. Sei que vou fumar de vez em quando e vou continuar a esquecer como voltei pra casa nos finais de semana, porque vida saudável para mim não é deixar de fazer o que dá prazer, mas fazer de tudo um pouco sem exagerar na dose. É o que chamam de equilíbrio. Parece fácil, mas não é. Tente ficar na ponta do pé esquerdo e tire o pé direito do chão. Logo, você perde o equilíbrio. Por outro lado, se você encontra o ponto de equilíbrio, pode cair o mundo que nada vai fazer você cair. Pois é. Estou a fim de achar esse ponto, um lugar para estar sem medo de cair. Um lugar seguro onde dê pra respirar, relaxar e apreciar a paisagem. Quero estar entre a alegria e a tristeza, entre a paz e a inquietute, entre a euforia e o desânimo. Pra poder sentir um pouco de tudo isso, afinal viver é uma mistura de tudo, um dia um pouco mais de sal e no outro um pouco mais de açúcar. Cada um pode temperar a vida como bem entender.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A Sincronicidade do Universo

Ter contato com a física quântica atráves de livro de auto-ajuda não é a maneira mais correta de entender o universo. Porém, foi assim que descobri novas formas de pensar nos últimos anos. Uma delas foi o princípio da sincronicidade, um nome diferente que deram para as coincidências. Ainda não entendi muito bem as explicações científicas, mas achei muito interessante a idéia de que cada um está conectado a todos os outros no mundo e que as coincidências são indícios de que minha vida está se sobrepondo a vida de outra pessoa. As coincidências da minha vida eu sempre chamei de sinais. Quando preciso tomar uma decisão, sempre espero um sinal: um acontecimento que me indica o melhor caminho a seguir. Crendice ou não, isso me ajuda muito, é um jeito de transferir a responsabilidade da decisão para os mistérios do universo. Coincidências com datas são campeãs: terminei um relacionamento e só comecei outro no exato dia que completaria um ano que estava sozinha. Outra vez, foi engraçado: logo depois de outra separação, fiquei um pouco traumatizada e estava evitando começar um outro relacionamento, pois achava que a pessoa se parecia muito com o ex. Pra acabar com as dúvidas, um dia essa pessoa aparece com uma camisa igual a do ex! Não era uma camisa lisa comum, mas estampada em tom pastel com flores e bolsos recortados. Estou sentindo que estou numa fase de transição: trinta e cinco anos, sem emprego fixo, sem namorado, sem filhos, sem grandes conflitos. Estou realmente à espera de um grande sinal, um grande acontecimento que indique a direção que minha vida vai tomar daqui pra frente. O que vai ser?

Necessidades Básicas

Engraçado como as coisas acontecem comigo. Tem gente que tem que fazer milhões de coisas para conseguir parar de fumar: começar a mascar chicletes, tomar água quando dá vontade de fumar, tratamento com piteira fedida, terapia de grupo e até simpatia pro santo. Pra eu parar de fumar, bastou eu querer. Quando eu realmente me convenci que queria parar, eu parei. Na verdade, o objetivo não é parar de fumar, mas fumar só eventualmente, pelo prazer de fumar e não pelo vício. Assim como tomar cerveja ou comer picanha. Todo dia faz mal, mas de vez em quando é muito bom.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Basta Querer


Tá vendo. Basta a gente querer pra conseguir fazer as coisas. Saí pra balada e não bebi. Voltei pra casa cedo e o dia seguinte não foi perdido. Muito mais divertido do que beber um monte e não lembrar de nada depois. O que adianta? Porém, não ter ressaca não foi a melhor coisa que aconteceu essa semana, mas sim estar há dois dias sem fumar. Não ter gosto na boca, não ter cheiro na casa, não ter falta de apetite, não ter que sair de manhã pra comprar cigarro na padaria porque o maço acabou na balada, é tudo muito bom. Mas, ótimo mesmo é ter tido força de vontade, é ter escolhido o melhor pra mim mesma. Não sei por quanto tempo vou ficar sem fumar, mas já estou me sentindo uma pessoa melhor. Como se não bastasse, comecei um curso intensivo de dança. Antes de entrar efetivamente na pista de dança, enfrentei um dilema entre tentar ou inventar uma boa desculpa para desistir. Ainda bem que acabei indo, porque a sensação de enfrentar o medo e fazer uma coisa completamente nova, compensou todas as pisadas no pé do parceiro. Quando o tempo fecha e a chuva vem, dá pra abrir o guarda-chuva e enfretar o vento. Mas, se estiver com preguiça, pode esperar que um dia sempre pára de chover. Tem dias que o mundo parece sombrio, mas o tempo sempre abre e o sol reaparece. Pode ter certeza disso.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Toda Vez a Mesma Coisa

Tudo sempre se repete. É sempre a mesma coisa: acordar tarde, não lembrar como cheguei em casa, um nó no estômago e a cabeça parecendo que está cheia de água. Daí, antes de levantar da cama, fico tentando lembrar se fiz alguma coisa errada no intervalo entre o bar e a casa, porém a lembrança nunca vem. Eu me contento em verificar se o carro está na garagem e a carteira na bolsa. Se estão, tudo bem. O dia seguinte é sempre perdido, meu estômago reage mal ao álcool, independente da quantidade (por isso, não vale a pena tomar só três copinhos, a ressaca vai ser a mesma). Então, o dia seguinte perdido é dedicado a pensar em como gostaria de quebrar essa rotina, como gostaria de conseguir mudar um pouco a vida e fazer dos momentos de lazer algo um pouco mais prazeroso. O comodismo é tão grande que não consigo parar de fumar, parar de beber, fazer exercícios, ter algum hobby. A única diversão tem sido a balada que com o passar dos anos e o avanço da idade, nem é mais tão divertida assim. A vida anda um pouco vazia. Estou precisando de metas novas, objetivos a alcançar, coisas para querer. Só que ainda não sei onde procurar. É difícil achar alguma coisa que a gente não sabe o que é...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Crise Global

Apesar de todo meu otimismo nesse começo de ano, as notícias de 80 mil demissões em um único dia nos EUA até que abalaram um pouco o meu mundinho. O analista econômico explicou que a velocidade com que as fábricas estão demitindo é assustadora, pois usualmente primeiro há férias coletivas, depois redução de jornada e corte de horas-extras. As empresas só demitem quando a coisa tá bem preta. A conclusão é que as empresas no mundo todo, inclusive no nosso Brasil Varonil, não acreditam que a crise vá passar logo, por isso já estão mandando todo mundo pra rua logo de uma vez. Também estão falando que o filé mignon está muito barato no Brasil, porque as exportações do produto caíram pra caramba lá fora. É bom comer picadinho de filé mignon no almoço de terça-feira, mas é um sinal de que as coisas estão passando do ponto no mundo da economia global. Estou contaminada com o medo da recessão. Esses dias fui ao shopping e no meio de milhares de plaquinhas de "liquidação!", senti um medo danado de gastar meu dinheirinho. Ainda mais com essa vida de freelancer, sem salário, sem 13º e sem férias, dá um frio na barriga pensar no ano que está apenas começando. Mas, como o brasileiro sempre dá um jeito de ver o copo meio cheio ao invés de meio vazio, vou aproveitar pra testar umas receitas novas com o filé mignon com preço de fraldinha. Acho que vai bem com pimenta-do-reino e manteiga!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Inquietude

Já faz mais de dez dias que voltei de férias na Bahia e ainda não esqueci. Tem dias que acordo e ainda tenho a impressão de dois segundos que estou acordando na Praia do Forte. Olhar o azul do mar nunca me fez tanta falta. Pra piorar o surrealismo desses dias, aqui em Londrina só chove e, em pleno janeiro, faz frio. Não sei de onde nasceu essa vontade tão forte de partir. Agora que as coisas estão realmente indo bem por aqui e que as perspectivas são as melhores de toda a minha vida, surgiu essa inquietude dentro do peito. Não chega a ser dor nem angústia, mas uma sensação de vazio, como alguém que está procurando alguma coisa que não consegue achar. No mesmo dia que voltei da Bahia - dia 13/01 - abriu um edital de concurso público para jornalista em Salvador. Será que chegou a hora de eu ir atrás do que realmente quero? As chances são pequenas, mas eu nunca consegui tomar atitudes e arriscar. Talvez tenha chegado a hora. Preciso de um sinal.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Sol Nasce Pra Todos

No último dia na Bahia, acordei cedo e fui ver o sol nascer. Pra guardar na lembrança que a beleza existe e não custa nada. Passar um mês inteiro perto do mar fez alguma coisa mudar aqui dentro. Aprendi que existe prazer em coisas tão simples quanto sentar na areia e olhar as ondas. Senti que estar perto das pessoas pode ser intenso e verdadeiro, mesmo que sejam pessoas que você conheceu há pouco tempo e que vai passar muito tempo sem ver de novo. Percebi que é muito fácil sentir-se bem, sentir o coração batendo forte e ter um sorriso nos lábios que não tem hora pra acontecer. Agora que percebi tudo isso, talvez seja difícil aceitar que as férias acontecem somente uma vez por ano. Peguei o avião pensando muito em como fazer os outros 335 dias serem pelo menos um pouco parecidos com aqueles 30 dias no paraíso.