quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vai chover?

Sabe quando vc olha para o horizonte e vê que nuvens negras estão se formando? Vc lembra que deixou a janela do quarto aberta e bate aquele desespero. Porque você tem certeza que vai chover, mas não dá pra saber quando. Nem dá pra prever se vai ser uma chuvinha mansa ou uma tempestade. A única certeza é que vai chover.
Minha vida está meio assim. Apesar de tudo estar totalmente indefinido - não sei onde vou estar no mês que vem - já surgiram possibilidades e alternativas práticas reais. Não sei o que vai acontecer, nem quando, mas tenho certeza que vai acontecer alguma coisa. Esses dias estão sendo bem diferentes para mim. Porque na verdade eu não estou trabalhando, mas não estou de férias, nem estou desempregada. Não sei definir minha situação hoje, mas sei que está sendo muito bom poder realmente descansar um pouco. Estou tendo tempo para pensar muito em mim e no que é importante daqui para frente.
Durante os últimos dias, me passou várias vezes pela cabeça que talvez eu tivesse me precipitado em pedir demissão do navio. Mas, agora tenho mais que certeza de que era a hora de ir para casa, porque minha saúde piorou. Vou precisar ir ao médico, por mais que eu não goste. Detesto coisas que não funcionam. Odeio quando o chuveiro queima, quando a porta da geladeira não fecha direito, odeio torneira que pinga. Odeio quando sinto que meu corpo não está funcionando direito. Porque consertar as coisas dá muito trabalho.
Preciso cuidar de mim, me recuperar, me fortalecer. Ainda tem muito chão pela frente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Faz Tempo?

Tirei essa foto na Polônia, para a minha coleção de fotos de cafés que tomei em cada porto que desci enquanto estive a bordo do Costa Magica. Gosto especialmente dessa foto, porque estava na areia da praia, com as ondas do mar batendo muito perto. A Polônia agora está bem distante, não só porque eu estou aqui em Londrina, no interior do Brasil, mas porque este instante já está no meu passado. Sinto saudades, sempre vou sentir.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Apostas

Quando estive no cassino pela primeira vez, em Buenos Aires, nem fiquei muito empolgada com a jogatina. No fundo, eu não gosto de correr riscos, ainda mais envolvendo dinheiro. Mas, minha vida é uma conspiração contra mim, porque as circunstâncias sempre me levam a confrontar minha natureza e personalidade. Complexo, mas eu explico. Fui uma criança tímida e mudei de escola muitas e muitas vezes antes de completar 7 anos de idade. Daí que na adolescência, tive problemas em lidar com pessoas. Chegou na vida adulta, fui trabalhar com fotografia que é uma profissão onde é preciso lidar com gente o tempo inteiro. Pra coisa ficar mais complicada, fui trabalhar no fotojornalismo onde, além de lidar com gente, você é obrigado a ser no mínimo cara-de-pau. Tive que ralar muito pra me adaptar. Outra característica minha é ser do signo de touro, ou seja, sou uma pessoa que precisa da segurança acima de tudo. Os taurinos sempre ficam muito tempo no mesmo emprego, gostam de relacionamentos estáveis e profundos, consideram a casa um lugar sagrado. Eu sou assim, mas a minha vida até agora lembra muito mais uma montanha-russa: já mudei 20 vezes de casa, morei em cinco cidades diferentes, tive seis empregos com carteira assinada (pra não contar os anos vivendo de freela) e fui casada duas vezes. É um bocado de mudanças para alguém que não gosta nem de mudar o sofá da sala de lugar. Eu também nunca fui de apostar, tem gente que adora sentir o coração batendo forte com a possibilidade de ganhar. Eu sempre penso no que fazer se eu perder. De novo, a minha vida conspira. Chegou uma hora que eu vou ter que fazer minha aposta, vou ter que escolher para onde ir, sem nenhuma garantia de que vou me dar bem. Tenho várias possibilidades, umas que corro riscos pequenos e outras onde é preciso apostar tudo. Isso para alguém que não gosta nem de jogar na megasena de natal, é um grande dilema. De novo, vou ter que encarar e aprender a jogar pôquer...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mudança de Humor


Pois é. Pedir demissão do navio foi tão rápido e fácil quanto abrir um crediário na Casas Bahia. Mas, agora que já se passaram oito dias desde que voltei para o mundo real, minha confiança deu uma estremecida. Na verdade, passa pela minha cabeça que eu poderia ter ficado mais seis meses na zona de conforto, trabalhando lá no navio, sem precisar tomar decisões. Agora que já passou o reveillón e todo mundo está voltando ao trabalho aqui no Brasil, eu não tenho mais desculpas para adiar. Preciso decidir pra onde eu vou e tomar atitudes práticas. Sinto que estou hesitando, sinto que o medo está prestes a aparecer. Por isso, preciso agir rápido, antes que o tempo ajude o medo a crescer. Assim como eu decidi voltar pra casa só ouvindo a minha intuição, vou deixar ela continuar me guiando. É difícil, mas vai ter que ser assim.