quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Super Mercado


Ir ao supermercado é uma terapia. É mais fácil comprar pão na padaria, mas uso essa desculpa para dar um pulo no supermercado. Vou olhando as ofertas, vendo os produtos novos, conferindo as novas embalagens. Gosto também de ver os importados, coisas que eu nunca vou comprar como coração de alcachofra em conserva e patê foiegras. Mas, gosto de saber o que existe para ser comprado. Também é ótimo para fazer planos, fico olhando o que compraria se fosse mais rica ou se resolvesse ter uma vida mais saudável. Fibra solúvel, broto de girassol, sal líquido e tudo mais. Tem dias que gosto de fazer uma regressão, fico lembrando das coisas que eu pedia para minha mãe comprar quando eu era criança. Das respostas positivas delas, boas lembranças. Das negativas, a raiz dos meus complexos. Quando eu era criança, além de pedir coisas para a minha mãe comprar, sonhava em ficar presa no supermercado de noite para poder comer tudo o que tinha lá dentro, experimentar as roupas da seção de adultos e brincar com os jogos da seção infantil. Hoje, eu preferia ficar presa no shopping center, bem mais divertido. Uma das coisas realmente construtivas da minha mania de supermercado, é passar sempre - todas as vezes - na seção de livros. É como ir na cartomante para saber a sorte do dia: eu pego um livro e abro em uma página qualquer e leio a primeira frase que meus olhos encontram. Daí, a Madame Ozara que reside em mim faz a interpretação. Uma vez, estava pensando em parar de fumar e li uma frase do Osho justamente dizendo que o lance não era parar de fumar, mas fazer do ato de jogar fumaça pra dentro um ritual. Meio hipongo, mas toda vez que acendo um cigarro eu penso no Osho. O livro de interpretação dos sonhos era divertido. Toda vez que sonhava algo mais que onírico, eu corria no mercado para consultar o significado. Pena, que nunca deu certo.