quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bolsa de Mulher

Cada mulher leva seu universo dentro da bolsa. Na minha bolsa, vai somente o básico. Uma carteira, as chaves, o celular, os óculos escuros, a agenda e uma caneta. Será que o meu universo é muito básico? Inclusive, se pudesse não usaria bolsa. É um saco procurar as chaves quando a gente chega em casa, achar o celular quando ele tá tocando desesperadamente no meio da reunião, não ter onde deixar a bolsa na balada. Praticidade é o meu lema. Porém, essa mania de funcionalidade talvez seja exagerada. Talvez, eu devesse carregar de vez em quando alguma coisa supérfula, coisas que não são necessárias, mas que podem tornar o dia mais bonito, mais agradável e, quem sabe, mais feliz. Esses dias, a Nini entrou na bolsa e ficou lá, olhando pra mim como quem diz: "Olhaí, é muito legal ficar dentro da sua bolsa!" Assim, percebi que cabe muita coisa dentro da bolsa, cabe até mesmo quem a gente ama.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Teoria Junguiana

Ouvi dizer que estudos científicos atestam que os seres vivos precisam de estímulo para viver. Sem estímulo, um ratinho preso numa caixa branca morre mesmo se for alimentado normalmente. Se colocarmos um dispositivo que dá choque, o ratinho vai ficar tomando choque e não vai morrer. Ou seja, qualquer estímulo é melhor do que nenhum, mesmo que seja um estímulo que cause dor. Não acredito muito que o que acontece com um ratinho vá necessariamente acontecer com os humanos, mas mesmo assim eu acho que a experiência tem seu fundamento. Eu ando meio ratinho na caixa branca, prestes a pôr a pata no negócio que dá choque. Está tudo tão bem que está ruim. A família vai bem, a grana tá entrando, o trabalho tá bacana, as baladas boas, os amigos cada vez mais amigos, os ficantes ok. Mas, falta alguma coisa pra querer muito, pra correr atrás, pra criar suspense. Tem que avisar o cientista pra botar um queijinho na minha caixa branca, nem que for pra eu ter que ficar correndo até cansar naquelas rodinhas de hamster fazer exercício. Qualquer estímulo é melhor que nada.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não Passei

Faltou 0,75 pontos para eu passar pra segunda fase do concurso público pra assessoria de imprensa em Salvador. Foi por pouco, mas tô fora. Por um mês eu fiquei sonhando que iria morar lá na Bahia, recomeçar a vida mais uma vez e aumentar as chances de encontrar a felicidade. Por isso, estou com um sentimento de perda, como se eu tivesse que devolver o prêmio da loteria que eu já considerava meu. Mas, na verdade eu não perdi, apenas não ganhei. É diferente, a vida continua exatamente como estava antes de eu fazer a inscrição para o concurso. Isso é muito chato, porque eu tinha encontrado com o que sonhar, com uma nova vida e muitas mudanças. Agora, tenho que procurar novamente um caminho, algo para querer e com o que sonhar. De volta à estaca zero. Novamente.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Homem Perfeito


Não acredito no ditado de que todos os homens são iguais. Existem aqueles especiais. Aquele que gosta de ouvir Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine. Que apesar de passar dos trinta, ainda tem um jeito de menino e um sorriso de quem está adivinhando o que você está pensando. Que pratica esportes radicais pelo simples prazer de sentir o coração bater mais forte. Que gosta de brincar com crianças e também de brincar igual criança. Que compra maçã do amor pra namorada e fica preocupado se vai se atrasar para buscá-la no trabalho. Eu mesma conheci um esses dias. O chato é que não fui eu quem ganhou a maçã do amor. Mas, mesmo assim é bom saber que o homem perfeito existe e que a gente não precisa ficar se contentando com qualquer homem-tudo-igual que tem por aí. Basta ter paciência para encontrar um que ainda não tenha pra quem dar uma maçã do amor.

sábado, 11 de abril de 2009

Pilha Fraca

Ultimamente, ando com a pilha fraca. Uma preguiça generalizada. Daí vem a mania de deixar pra depois: vou lavar a roupa só quando a novela acabar, vou começar a academia só quando terminar esse trabalho, vou parar de fumar só depois do meu aniversário, vou começar o mestrado só no ano que vem. Mas, na realidade, estou meio desanimada. Se não tenho estímulo, não tenho energia. Para não admitir que estou sem vontade de fazer nada, passo a conjugar o verbo no futuro do subjuntivo.