segunda-feira, 29 de junho de 2009

Intuição

Tenho os meus defeitos, mas uma coisa que sempre fiz foi enfrentar os problemas e situações difíceis de frente. Uma coisa que sempre me ajudou a agir dessa forma, foi um intuição poderosa que nunca me deixou na mão. Sempre que minha vida deu uma guinada ou passou por uma grande mudança, senti que isso iria acontecer. Não é que dias antes eu tenha tido uma visão ou sonhado com o acontecimento. Mas, alguns meses antes eu sentia que algo iria mudar. Mesmo porque as grandes mudanças não acontecem em um dia, mas são sempre um processo. É quase um sentimento, sinto uma inquietação e começo a perceber na paisagem do dia-a-dia uma cor diferente, um construção nova que ficou pronta, detalhes que já estavam ali, mas eu não via. Tenho vários insigths, tipo uma revelação que vem do nada. Faz uns dias que estou sentindo isso, uma certeza de que algo decisivo está prestes a acontecer.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saco Cheio

Estou cansada de acordar todos os dias feliz por ter uma boa casa, a geladeira cheia, um carro na garagem e nenhuma doença degenerativa. Estou cansada de pensar antes de agir, de levar em conta os sentimentos dos outros, de agradecer o que tenho, de organizar meu computador, de investir em marketing pessoal, de tomar chá verde, de não tomar coca-cola, de comer menos junky-food, de ir dormir cedo pra acordar cedo, de ler a parte de economia do jornal, de separar o lixo reciclável, de resistir a comprar um maço de cigarros, de dar bom-dia e boa-tarde pra todo mundo, de tomar banho morno em vez de quente pra não ressecar a pele, de passar filtro-solar pra ir na padaria. Às vezes, sinto que me esforço tanto para encontrar o ponto de equilíbrio, que ao chegar até ele me sinto meio estressada. Porque não foi fácil parar de dizer "foda-se" a cada dez frases, de jogar copos na parede do bar em noites de fúria, de xingar no trânsito, de fumar até passar mal, de ter prisão de ventre por ter ficado um mês só comendo hambúrguer, de mandar o chefe tomar no cu, de chorar três dias e três noites por ter levado um fora, de pensar em se matar mesmo sabendo que nunca iria ter coragem, de ir de carona e sem dinheiro pra praia, de faltar na faculdade por estar com uma ressaca-monstro, de ficar mais de uma hora embaixo do chuveiro antes de ouvir falar em aquecimento global, de ficar mais de dois meses sem ligar pra mãe, de dirigir embriagada sem culpa, de roubar placa de trânsito pra colocar na parede do quarto. Parei de fazer tudo isso e não sinto saudade. A inconsequencia juvenil pode até ser poética, mas é tonta na mesma proporção. Enfim, consegui chegar ao ponto de equilíbrio. É ótimo. Me sinto como se estivesse numa propaganda de margarina...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cota de Amor

Às vezes, fico pensando se cada um tem sua cota de amor. Será que o amor que a gente vai viver na vida já vem pré-determinado? É que eu já pensei na possibilidade de eu já ter vivido a minha cota de amor. Já tive dois relacionamentos longos e intensos, cada um com seus incontáveis momentos de conquista, felicidade, crescimento, conflito e dor. Tive também experiências tão rápidas quanto um beijo dado em um desconhecido nas férias de verão, mas que marcaram por serem apenas e simplesmente surpreendentes. Tudo isso me fez aprender muitas coisas, inclusive compreender que nunca podemos encontrar no outro o que falta na gente mesmo. Também percebi que ter alguém não é a garantia de sermos felizes. Talvez eu tenha deixado de acreditar no amor, ou talvez eu tenha descoberto que ter alguém para amar não pode ser o único objetivo na vida. Só tenho uma certeza: perdi a inocência e sei que meu coração nunca mais vai bater como antes por alguém. Pode ser que ele bata mais rápido e com força, mas não será como antes. Será apenas como um coração que amadureceu. Quando isso acontece, não tem como voltar atrás. É o preço do equilíbrio adulto.

sábado, 20 de junho de 2009

Fritando


Será que se eu fosse abduzida hoje, faria falta no mundo?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Filosofia para Iniciantes

Talvez eu tenha começado a ler livros clássicos mais por vaidade do que por gosto. Quando terminei de ler "Crime e Castigo" me senti bem por fazer parte do grupo das pessoas que já leram Fiodor Dostoiévski. Nomes difíceis, assim como as coisas difíceis, sempre me atraíram. Além da vaidade literária, ser freguesa de sebos também contribuiu para a leitura de livros antigos. Acho que livro no Brasil é um artigo muito caro e não é sempre que dá pra ler o que se quer. Tem dias que tenho vontade de ler algo contemporâneo, lançado há poucos dias, com palavras que sei o significado, cenários mais modernos e questões mais fresquinhas. Não é sempre que dá. Porém, tudo tem seu lado bom. A falta de grana me fez ler livros que construíram a minha forma de pensar e mudaram muitos conceitos que eu tinha herdado da escola, da família e da sociedade. Acabei de ler um livro que peguei emprestado - "Filosofia para Iniciantes". É um livro beeeeeem pra inciantes, com charges dos filósofos e desenhos da primeira até a última página. Apesar de parecer meio ridículo ficar lendo diálogos entres caricaturas do Platão e Aristóteles, foi muito interessante ver um resumo da história da filosofia, do seu começo até a década de 90. O mais intrigante foi perceber que mesmo depois de tanto tempo, estudos, teorias e teóricos, ainda não sabemos quem somos e nem porque estamos aqui. Nem o lance da existência de Deus progrediu muito. Quando fechei o livro e cheguei a essa conclusão, senti uma pontinha de alívio. Se nem os filósofos de todos os tempos conseguiram chegar a um consenso sobre quem somos e para onde vamos, eu - que não passo de uma pessoa de classe média, moro num país apenas emergente, tenho apenas a pós-graduação - também não tenho nenhuma obrigação de saber! Graças a Deus!