sábado, 28 de fevereiro de 2009

Além das Fronteiras

Ter vinte e poucos anos foi mágico. Os dias eram intensos e inesquecíveis. As amigas eram muito mais que pessoas próximas, eram companheiras de viagem, juntas para enfrentar a vida e comemorar as conquistas. Foram anos de mudanças e transformações, tempo em que passamos de meninas a mulheres, em que tivemos que escolher entre tornar o sonho realidade ou, então, desistir deles. Assim, aos vinte e tantos anos, cada uma escolheu o seu caminho. Aos poucos, fui vendo minhas amigas irem embora. Sozinhas ou acompanhadas, fizeram as malas e partiram rumo ao sol, ao encontro delas mesmas, acreditando sempre que o mais importante é ter convicção do que realmente queremos da vida. Casaram-se, tiveram filhos, saíram do país, separaram-se, estudaram, trabalharam, fizeram grandes viagens. Não faz tanto tempo assim, mas já não temos mais vinte e tantos anos, pois os vinte anos já ficaram para trás. Às vezes, eu sinto que também fiquei para trás. Junto com aqueles anos que não voltam mais. Eu também sonhei, trabalhei, estudei, casei e separei. Mas, não fiz as malas e não fui embora. Eu ainda não tive convicção do que realmente quero da vida. Nos últimos meses, sinto que estou prestes a descobrir. Precisei ficar sozinha para entender que tem horas que precisamos tomar decisões ao invés de deixar a vida passar à deriva, ao sabor dos ventos e das marés. Demorei um pouco mais que as minhas amigas para perceber isso, precisei passar por mais coisas e chegar aos trinta anos. Mas, nunca é tarde demais.

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