domingo, 15 de novembro de 2009

Falha na Conexão

Eram duas e meia da manhã e um temporal se formava no horizonte. Voltei do Valentino e fiquei na sacada do meu apartamento olhando os relâmpagos riscando o céu negro por cima dos prédios. Um pouco de solidão rodopiando junto com o vento. O cenário não era nada propício, mas fiquei pensando no amor. Perguntando pra mim mesma se um dia a gente se acostuma a não amar ninguém. Se alguém pode realmente viver sem amar, ou mesmo, sem sofrer por amar alguém. De repente, pensei numa nova definição: o amor não é um sentimento, é uma conexão. Se eu tento acessar a internet e a banda larga não está disponível, a conexão não existe. A mesma coisa quando eu ligo pra alguém e a pessoa não atende o telefone. O amor não é o sentimento que sinto por alguém, mas é a conexão que me liga a outra pessoa. Uma ligação que só existe entre duas partes. Não existe uma conexão entre uma coisa e nada. Portanto, não existe amor não correspondido. Quando eu quero uma pessoa e a outra pessoa não sabe que eu existo, isso é desejo. Não é amor. Pensar sob esse ponto de vista me faz perceber que eu não procuro alguém para amar. É um pouco mais complicado: eu procuro uma conexão. Para eu achar, vai depender da outra pessoa atender o telefone. Se ela não atender, o máximo que posso fazer é tentar mais tarde, torcendo para não dar ocupado. Ou então, tentar outro número.

Um comentário:

Carol disse...

Karina, suas metáforas são sempre muito perfeitas. Você vai estar conectada no navio?
Beijos e saudades de conversar com você.