segunda-feira, 11 de maio de 2009

relações cibernéticas

Umas das coisas interessantes de ter estudado pra concurso público, foi ler novamente os livros da faculdade sobre a indústria cultural e outras teorias. Foi revoltante perceber que o concurso utilizou bibliografia de mais de vinte anos atrás - um livro tinha sido escrito em 1960 e ainda chamava o jornal de "periódico" - mas, foi interessante refletir sobre o que se confirmou e o que era mera fantasia dos críticos da aldeia global da comunicação. A principal crítica à indústria cultural se dirigia à televisão e, no Brasil, à Globo em especial. Os teóricos acreditavam que a comunicação feita de forma unilateral, entre um emissor e um receptor, tinha o poder de impor valores e provocar reações pré-determinadas. Ou seja, a televisão era a caixinha mágica que hipnotizava as pessoas e transformava a humanidade em uma legião de zumbis. Mesmo na época da faculdade eu já achava esses conceitos um tanto quanto exagerados e catastróficos. Na minha cabeça, quem fazia a programação da televisão era o próprio público. Se passava novela Pantanal com muito sexo e matagal, era porque o povo estava a fim de ver isso. Tanto que depois da novela, houve uma volta do pudor e não se fez mais novela com tanta gente transando. Hoje em dia, eu acho a mesma coisa: se o programa do Datena está no ar é porque o povo gosta de assistir sangue, suor e tragédia. Não é uma conspiração dos meios de comunicação para acabar com tudo como ensinavam nas faculdades de jornalismo. É uma tremenda falta de ética, mas não é uma conspiração. Não sei se a internet surgiu porque o ser humano precisava de outra forma de comunicação, ou simplesmente surgiu. O fato é que tudo mudou com a wide world web que fez as previsões da indústria cultural parecerem bem ridículas. Quando a internet surgiu, acho que os mesmos adoradores do apocalipse previram que o ser humano ia perder o contato com o mundo e passar a viver sozinho na frente da tela do computador. Idéia de jerico, porque o que se viu foi totalmente o contrário. Surgiu no vocabulário do dia-a-dia uma palavra nunca antes vista em um livro de teoria da comunicação: INTERATIVIDADE. Gostei da propaganda da TIM porque ela faz uma referência a um mundo novo, onde as coisas não são mais as mesmas: um negro como presidente dos EUA, mulher jogando futebol, televisão no celular e o slogan "viver sem fronteiras". No fim, ainda bem que não viramos robôs!

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